
Biodiversidade
A vida terá surgido na Terra há cerca de 3500 milhões de anos. Inicialmente de forma muito simples e pouco diversificada, cedo foi adquirindo maior complexidade e variabilidade.
Houve uma grande evolução desde os seres unicelulares (constituídos por uma única célula) até aos multicelulares (constituído por várias células que podem estar organizadas em tecidos diferenciados), de reprodução assexuada para sexuada, e hoje, todos coabitam originando uma grande diversidade.
Biodiversidade ou diversidade biológica - diversidade de seres vivos existentes na Biosfera, que é a camada superficial onde habitam todos os seres vivos na Terra incluindo as relações entre os diferentes subsistemas e os seres vivos. Os seres vivos distribuem-se por toda a superfície do planeta, apresentando diferentes dimensões, morfologias e modos de nutrição. É a esta multiplicidade de formas de vida que se atribui o nome de biodiversidade.
A biodiversidade define-se em relação a:
- diversidade ecológica (diversidade de comunidades dentro de um ecossistema);
- diversidade de espécies (diversidades de espécies em diferentes habitats);
- diversidade genética (diversidade genética entre populações).
Genericamente, a biodiversidade é a soma de todas as formas de vida que habitam o planeta. É uma das propriedades fundamentais da natureza, responsável pelo equilíbrio e estabilidade dos ecossistemas. Significa a variabilidade de organismos vivos, compreendendo os ecossistemas terrestres e aquáticos. Refere-se à variedade de vida no planeta Terra, incluindo a variedade genética dentro das populações e espécies, a variedade de espécies da flora, da fauna e de microrganismos, a variedade de funções ecológicas desempenhadas pelos organismos nos ecossistemas e a variedade de comunidades, habitats e ecossistemas formados pelos organismos.
Biomas - Um dos grandes ecossistemas da Terra, caracterizado pelas condições de clima e solo, que determinam um tipo particular de vegetação e, consequentemente, os tipos de animais e de outros seres vivos que nele se desenvolvem. Ex: tundra, taiga, floresta pluvial tropical e deserto.
Biomas:
Organização
Os sistemas biológicos refletem uma organização hierárquica, formada por unidades, ordenadas desde as mais elementares até às mais complexas. Estas unidades são: célula, tecido,órgão, sistema de órgãos, organismo, população, comunidade, ecossistema e biosfera.
Célula: Unidade básica de constituição dos seres vivos.
Tecido: Conjunto de várias células, com funções semelhantes e coordenadas.
Órgão: Formado por diferentes tecidos com uma função comum.
Sistema de órgãos: Conjunto de órgãos que desempenham uma determinada função no organismo.
Organismo: Ser vivo, apresenta individualidade relativamente ao meio externo.
População: Conjunto de indivíduos da mesma espécie, vivendo num mesmo local, na mesma época.
Comunidade biótica ou biocenose: Conjunto de todos os seres vivos que vivem num mesmo local, na mesma época.
Habitat: Lugar específico onde uma espécie pode ser encontrada, é o tipo de local ou lugar físico normalmente habitado pelos indivíduos de uma espécie.
Ecossistema: Comunidade de espécies vegetais, animais e microrganismos de um habitat que em conjunto com os elementos abióticos (meio físico) do ambiente, interagem como um sistema estável. É a interação entre seres vivos da mesma espécie, a interação entre seres vivos de espécies diferentes e a interação destes e o meio físico-químico do local onde vivem. A funcionalidade do sistema opera através de cadeias alimentares, que são ciclos biológicos de reciclagem da matéria viva, em que espécies dependem de outras espécies para completar o seu ciclo biológico.
Dentro de um ecossistema, os seres vivos estão condicionados por diferentes fatores, que podem ser de natureza abiótica (fatores abióticos) ou de natureza biótica (fatores bióticos).
Fatores abióticos:
- Luminosidade
- Humidade
- Temperatura
- Tipo de substrato (solo)
Fatores bióticos: são a forma como cada ser se relaciona com outro ser dentro do mesmo ecossistema(ex: predadorismo, parasitismo, reproduçãoA vida de uma população depende das relações que esta consegue estabelecer no seu seio, bem como das que mantém com as outras populações, que constituem a comunidade, do ecossistema. Das relações bióticas fazem parte as relações alimentares que interligam todos os seres do ecossistema, através de teias alimentares onde se podem isolar várias cadeias alimentares. Numa cadeia alimentar, os seres vivos desempenham um de três papéis:
- Produtores: seres autotróficos, capazes de produzir alimento, sintetizando matéria orgânica a partir da matéria inorgânica (ex: plantas, algas, algumas bactérias).
- Macroconsumidores/Consumidores: seres heterotróficos, que sendo incapazes de sintetizar matéria orgânica, têm de se alimentar de matéria já elaborada, consumindo diretamente os produtores (herbívoros) ou outros macroconsumidores (carnívoros) (ex: animais e protozoários).
- Microconsumidores/decompositores: transformam matéria orgânica em matéria inorgânica, devolvendo ao meio substâncias minerais, essenciais para que os produtores renovem as cadeias alimentares (ex: maioria das bactérias, fungos).
Biótopo: São o conjunto de fatores físico-químicos (fatores abióticos: água, tipo de solo, clima...) existentes num determinado ecossistema.
Espécie: Grupo de indivíduos com aspeto semelhante, com as mesmas características que se reproduzem e deixam descendência fértil e semelhante aos progenitores.
Nicho ecológico: "lugar funcional" ocupado por uma espécie dentro do seu sistema, sendo praticamente impossível que duas espécies ocupem o mesmo nicho ecológico (ex: o leão atua como predador devorando grandes herbívoros).
Classificação de Whittaker:
Os seres vivos estão agrupados em reinos. A classificação mais atual divide os seres vivos em 3 grupos que se subdividem em 6 reinos, no entanto, a classificação de Whittaker (proposta em 1968 e atualizada em 1979) divide os seres vivos em 5 reinos, continua a ser válida.
Reinos:
Reino é a maior das categorias taxionómicas, que reúne filos com as características comuns a todos, mesmo que existam diferenças enormes entre eles. Possui apenas cinco divisões:
Reino Animal (Animalia)
São organismos sem parede celular, multicelulares com progressiva diferenciação tecidular, heterótrofos (não produzem seu próprio alimento, obtêm-no por ingestão) e macroconsumidores. Englobam desde as esponjas marinhas até o homem.
Reino Vegetal (Plantae)
São organismos com parede celular celulósica (células revestidas por uma membrana de celulose), multicelulares com progressiva diferenciação tecidular, autótrofos (sintetizam seu próprio alimento pela fotossíntese, a maior parte) e produtores. As plantas constituem importante fonte de oxigénio, alimentos, vestuário, materiais para construção, drogas e pigmentos. Englobam desde as algas verdes até as plantas superiores.
Reino Fungos (Fungi)
São organismos com parede celular com quitina, multicelularidade presente em muitas formas mas reduzida diferenciação, heterótrofos (não produzem seu próprio alimento, obtêm-no por absorção) e microconsumidores.
Alguns fungos causam doenças em humanos, enquanto outros são úteis na alimentação e fontes de antibióticos.
Englobam desde os cogumelos até aos bolores.
Reino Protista
São organismos na maioria unicelulares outros multicelulares, autótrofos (fotossíntese) ou heterótrofos (absorção ou ingestão) e produtores, macroconsumidores ou microconsumidores.Englobam desde as amibas até algumas algas.
Critérios de classificação (Whittaker - 1979):
Conservação e extinção
A vida na Terra tem sofrido grandes alterações que podem ser caracterizadas por: aumento progressivo da complexidade e diversidade dos seres vivos; extinções em massa, pontuais, de algumas formas de vida.
Causas de risco de extinção de espécies:
- a destruição dos diferentes habitats, devido a diversos fenómenos, como: desflorestação, construção de estradas, fogos, turismo intensivo e poluição;
- a introdução de novas espécies em determinados habitats, que poderão ser parasitas, predadores, ou entrar em competição com as espécies endémicas, alterando o seu equilíbrio;
- a procura excessiva de determinadas espécies através da caça e da pesca, que poderá ser motivada por fins alimentares ou vestuário;
- as alterações das condições ambientais provocadas por agentes poluentes (ex: chuvas ácidas e aquecimento global).
- não adaptação da espécie às condições climáticas que poderão ter alterado;
- destruição das cadeias alimentares;
- fenómenos naturais catastróficos que alteram drasticamente as condições abióticas dos ecossistemas;
- atualmente é o Homem direta ou indiretamente um dos maiores responsáveis pela extinção das espécies.
Consequências para a Humanidade da extinção das espécies:
- perda de biodiversidade (que conduz a uma menor capacidade de resposta às alterações do meio);
- alterações nas paisagens:
- mudanças no equilíbrio dos ecossistemas;
- possíveis alterações ao nível da regulação dos ciclos da matéria (carbono, azoto, oxigénio e água);
- possíveis alterações na qualidade dos solos;
- diminuição no fornecimento de alimentos (ex: pescado) e matéria-prima para a produção de diversos bens (ex: medicamentos).
Como poderá o Homem contribuir para a conservação das espécies atuais:
- anulando, diminuindo ou controlando as causas que provocam a extinção das espécies;
- criando locais onde a atividade humana seja anulada ou pelo menos controlada (áreas protegidas).





